"Shum" ["Ruído"] é Poesia, Energia, Vida que emerge após o inverno rigoroso, envolta em uma estética de som, coreografia e encenação sublimes, uma perfeita fusão de modernidade e etnografia ucraniana. Uma bela metáfora da situação de sindemia que atravessa o Planeta desde Janeiro de 2020, mas também com mais um outro significado especial para grupo, pelo menos da vocalista, já que ela é da região de Chernobil - o quê? Já apagaram também o acidente nuclear de Abril de 1986 dos manuais de História??
Ucránia venceu o televoto da semifinal 1 (onde participou) com 164 pontos e na final, com 267 pontos, obteve o segundo lugar.
Actuação de Go_A ao vivo na grande final:
Videoclip:
Versão acústica:
Actuação ao vivo (pós-ESC):
Quanto à canção vencedora, ela arrebenta brutalmente com a porta, chama os bois pelo seu nome e utiliza uma linguagem simples e directa para apontar o dedo e incrimar aqueles que se julgam reis e senhores anulando aos que são de outra "casta". Mesmo que o título pareça dizer o contrário, o texto de “Zitti E Buoni" é um convite à rebelião, a reagir às recusas e a considerar a própria diversidade uma virtude e não um defeito ou algo de que envergonhar-se... mas sejamos nós diferentes dessa gentalha hipócrita e racista!
Itália venceu a final com 318 pontos do televoto. Itália participa directamente na final por ser membro dos "Big 5", não se sujeitando a semifinais que a podem excluir, uma vez que só dez países passam à final.
Actuação de Måneskin ao vivo na grande final:
Videoclip:
Para o ano, o Eurofestival ruma ao sul da Europa e a um País latino. Esperamos que a Itália corrija os inúmeros erros deste ano e fazer um espectáculo para dar valor às canções, mesmo sendo chiclete, e não a egos vazios e a questões políticas - a sério, quantas vezes é preciso mostrar países autoritários para ganharem votos, subornaram assim tanto?
O Festival de Sanremo, em Itália, é uma referência na Música em Europa e é realizado desde 1951 sem qualquer interrupção. Sanremo é o Pai de todos os Festivais. Na noite passada aconteceu mais uma gala finalíssima. O prémio de melhor letra foi para Rancore com a canção "Eden". Segundo o intérprete, que é também o autor da letra "na história humana, tanto na modernidade quanto na antiguidade, há pontos de viragem graças às escolhas feitas. A maçã (de "Eden") é a metáfora da escolha"(entrevista). A maçã é o símbolo de todos os desastres e tragédias do mundo moderno, de 11 de setembro às guerras na Síria e Iraque. É igualmente citado o julgamento de Paris que, segundo a mitologia grega, deu uma maçã de ouro à mais bela das deusas, a proverbial "maçã da discórdia" entre as causas da guerra de Tróia. Existem inúmeras referências ricas que se desdobram no texto: da maçã verde retratada na pintura "O filho do homem", de René Magritte, a lenda de William Tell para acertar em uma maçã colocada na cabeça do filho, por falta de respeito à autoridade.
De pai croata e mãe egípcia, Rancore, cujo nome real é Tarek Iurcich, é o exemplo do novo multiculturalismo italiano.
"Eden" (letra):
Questo è un codice, codice Senti alla fine è solo un codice, codice Senti le rime è solo un codice, codice Su queste linee solo un codice L’11 settembre ti ho riconosciuto Tu quando dici, Grande Mela è un codice muto Tu vuoi nemici, sempre, se la strega è in Iraq Biancaneve è con i sette nani e dorme in Siria Passo ma non chiudo! Cosa ci hai venduto? Quella mela che è caduta in testa ad Isaac Newton Rotolando sopra un iPad oro per la nuova era Giù nel sottosuolo o dopo l’atmosfera Stacca, mordi, spacca, separa Amati, copriti, carica, spara Stacca, mordi, spacca, separa Amati carica Noi stacchiamo la coscienza e mordiamo la terra Tanto siamo sempre ospiti in qualunque nazione Chi si limita alla logica è vero che dopo libera La vipera alla base del melo che vuole… Quante favole racconti che sappiamo già tutti Ogni mela che regali porta un’intuizione Nonostante questa mela è in mezzo ai falsi frutti è una finzione E ora il pianeta Terra chiama destinazione Nuovo aggiornamento, nuova simulazione Nuovo aggiornamento, nuova simulazione
Come l’Eden Come l’Eden Come l’Eden, prima del ‘ta ta ta’ Come prima quando tutto era unito Mentre ora cammino in questo mondo proibito Come l’Eden Come l’Eden Come l’Eden, prima del ‘ta ta ta’ Quando il cielo era infinito Quando c’era la festa e non serviva l’invito
Dov’è lei? Ora, dov’è lei? Se ogni scelta crea ciò che siamo Che faremo della mela attaccata al ramo? Dimmi chi è la più bella allora dai, giù il nome Mentre Paride si aggira tra gli dei ansiosi Quante mele d’oro nei giardini di Giunone Le parole in bocca come mele dei mafiosi E per mia nonna ti giuro che ha conosciuto il digiuno È il rimedio più sicuro e toglierà il dottore in futuro Il calcolatore si è evoluto il muro è caduto
Questo è un codice, codice Senti alla fine è solo un codice, codice Senti le rime E dopo Stacca, mordi, spacca, separa Amati, copriti, carica Ancora L’uomo è dipinto nella tela Ma non vedi il suo volto è coperto da una mela Sì, solo di favole ora mi meraviglio Vola, la freccia vola, ma la mela è la stessa Che resta in equilibrio In testa ad ogni figlio
Come l’Eden Come l’Eden Come l’Eden, prima del ‘ta ta ta’ Come prima quando tutto era unito Mentre ora cammino in questo mondo proibito Come l’Eden Come l’Eden Come l’Eden, prima del ‘ta ta ta’ Quando il cielo era infinito Quando c’era la festa e non serviva l’invito
E se potessi parlare con lei da solo cosa le direi Di dimenticare quel frastuono Tra gli errori suoi e gli errori miei E guardare avanti senza l’ansia di una gara Camminare insieme sotto questa luce chiara Mentre gridano Guarda, stacca, mordi, spacca, separa Amati, copriti, carica, spara Amati, copriti, carica ‘Ta ta ta’ Come prima quando tutto era unito Mentre ora cammino in questo mondo proibito
Come l’Eden Come l’Eden Come l’Eden, prima del ‘ta ta ta’ Quando il cielo era infinito Quando c’era la festa e non serviva l’invito
Dov’è lei? Ora, dov’è lei? Se ogni scelta crea ciò che siamo Che faremo della mela attaccata al ramo? Se tu fossi qui cosa ti direi C’è una regola sola nel regno umano Non guardare mai giù se precipitiamo Se precipitiamo
(Imagem do final da canção, Rancore é "atingido" por 3 disparos e caí em palco)
Actuação de Rancore e "Eden" no Festival de Sanremo 2020:
A Holanda participa na Eurovisão desde 1956, tendo conseguido a vitória quatro vezes. 1975 foi a última, até ontem.
Uma canção com uma letra triste, mas com melodia agradável que já foi ouvida várias vezes até à exaustão. Não aporta qualquer originalidade. A vitória foi conseguida pelo trabalho da equipa da "laranja mecânica" que foi bastante chata nos pormenores técnicos (enquadramentos e iluminação). A letra é do próprio cantor Duncan Laurence, mas a música é de três compositores de outras tantas nacionalidades europeias.
A par do Eurovision Song Contest, há um certame paralelo, os Marcel Bezençon Awards. A Holanda venceu o Press Award, prémio atribuído pela imprensa acreditada (não é preciso ter conhecimentos de música nem carteira de jornalista para ser da denominada "imprensa acreditada", basta ter um qualquer blog na internet para ter este passe e poder votar), a Austrália venceu o Artistic Award, atribuído pelos comentadores (que também não têm como requisito obrigatório ter qualquer conhecimento de música), e a Itália venceu o Composer's Award, atribuído pelos compositores participantes. Este último prémio tem maior mérito, sem dúvida, pois é um reconhecimento entre pares, que possuem conhecimentos musicais. A entrega de prémios aos vencedores e o videoclip da canção italiana:
Resta esperar que no certame de 2020 a Holanda demonstre como se faz televisão à sua maneira, com um palco da responsabilidade da Holanda e não da Suécia (como é tradição), com bons profissionais de realização, que façam esquecer a vergonha de erros técnicos graves de 2019 e 2018 em Portugal... E para o ano, vencerá outra balada melancólica como a de 2017 (Portugal) e 2019 ou uma canção tresloucada com insultos a torto e a direito, como em 2018?
Como cereja no topo do bolo, há a destacar a continuação dos disparates do "júri profissional", em que cada País, salvo exepções, mostra bem a falta de profissionalismo e inteligência, até: Uns elementos do mesmo júri votam por ordem crescente e outros decrescente, o que torna o resultado da votação um disparate ridículo. Tão ridículo como votarem na ordem inversa em que irão anunciar os votos. Faz sentido continuar com os tachos do "júri profissional"? O televoto também estava viciado, para variar, com os números de algumas canções a darem erro, a votação ser dada não pela qualidade da canção, mas sim por ser vizinho ou outras afinidades não técnicas. Enfim, quer um método, quer outro, acaba por não ser justo, mas antes o televoto que um "júri profissional" todo maluco, sem organização e qualificação alguma!
Para concluir, fica aqui um histórico das canções holandesas desde 1956 até 2016:
Não quero terminar este artigo sem deixar uma palavra sobre "La Venda" (canção de Espanha), que foi uma das grandes vítimas da catastrófica e vergonhosa realização televisiva que houve em Israel, mas que ainda assim obteve o 14º lugar (televoto)! Uma letra com mensagem, uma música de fiesta mediterrânica e uma cenografia cheia de vitalidade, optimismo, energia e cor. O vídeo que deixo é o de um ensaio, feito por uma única câmara, onde se pode sentir todo o trabalho de Miki Núñez e os cinco bailarinos-cantores que o acompanham (um deles é também o que dá vida a Paco, a gigante marioneta luminosa, que desequilibra e oprime a Sociedade; com um toque/movimento a Sociedade desperta e sai da rutina tóxica, mudando o que era até então, mandando à fava a opressão, vivendo o que cada um é, a sua identidade única):