Está em um sem-número de produtos alimentares processados, camuflado com designações diversas na variante de palma, incluindo papas e leites para bebés!
O debate sobre o óleo de palma está acesso, mas as marcas, que querem lucros máximos, dão prioridade a ingredientes a custo reduzido (apesar do preço final ser o oposto) sem ter em atenção a Saúde Pública. Deixo quatro Ligações:
O paralímpico português Lenine Cunha foi hoje eleito melhor atleta mundial da Federação Internacional para Atletas com Deficiência Intelectual (INAS), numa gala que decorreu em Brisbane, na Austrália.
“Estou muito satisfeito, não foi à primeira, foi à segunda. Os concorrentes deste ano até eram um bocadinho mais fortes”, disse à agência Lusa o atleta, que em 2015 perdeu o prémio para o nadador Wai Lok Tang, de Hong Kong.
Lenine Cunha, de 34 anos, admitiu estar “quase em final de carreira”, mas garantiu que ainda quer estar presente “nos Jogos Paralímpicos Tóquio2020”.
O atleta, que alcançou o bronze no salto em comprimento nos Jogos Londres2012, assumiu que o seu principal objetivo é “chegar às 200 medalhas em 2018”.
Lenine Cunha, que teve uma meningite aos quatro anos, é detentor de 188 medalhas internacionais, conquistadas em campeonatos da Europa, do Mundo e em Jogos Paralímpicos.
O atleta “partilhou” o prémio conseguido hoje com José Costa Pereira, seu treinador há 18 anos: “Sem ele, eu não conseguiria ser o que sou hoje”.
Lenine Cunha, que em 2015 criou o seu próprio clube, com o objetivo de ajudar jovens a iniciarem ou prosseguirem carreiras desportivas, assumiu estar a atravessar uma fase difícil em termos de apoios.
“Nos últimos tempos, perdi três patrocinadores grandes”, referiu, admitindo que essas dificuldades já estão causar-lhe transtornos na vida pessoal - Será que agora, com este prémio, encontrará mais seis patrocinadores grandes?
Lenine Cunha, que gosta de ser tratado por Lenny, começou a praticar atletismo aos sete anos, três anos depois de ter sofrido uma meningite, que lhe provocou perda da fala, de parte da visão e da memória e teve consequências a nível intelectual.
Depois de ter passado pelo desporto regular, ingressou no desporto adaptado aos 16 anos, no qual detém vários recordes mundiais.
Fecho com o videoclip do fado que a Madur dedica ao Lenine Cunha:
Xavier Jugelé, polícia de 37 anos, encontrava-se no carro patrulha nos Campos Elísios na noite de 20 de Abril com mais dois colegas, pelas 21h00, quando aconteceu mais um atentado terrorista em terras francesas. Não sobreviveu à consequência de um tiro na cabeça. Rapidamente, Xavier Jugelé tornou-se no nome e no rosto das vítimas em missão de atentados terroristas. Xavier estava no lugar certo e à hora certa, mas o Destino pregou-lhe uma partida e não lhe deu uma oportunidade mais.
Xavier Jugelé foi um dos primeiro agentes a chegar ao Bataclan no dia do atentado que matou 90 pessoas, a 13 de Novembro de 2015. Quase um ano depois, esteve no concerto de Sting, a 12 de novembro de 2016, na reabertura da sala de espetáculos.
Na altura, Xavier Jugelé falou com a revista People. "Estou feliz por estar nesta reabertura tão simbólica. Estamos todos aqui como testemunhas e em defesa dos valores cívicos, em defesa da humanidade. Este concerto celebra a vida e diz 'não' aos terroristas", frisou.
Era também um homem de causas: Foi, entre outras mais, um dos oficiais que viajou para a Grécia para ajudar a lidar com a chegada dos migrantes que atravessavam o Mar Egeu para chegar à União Europeia.
Ainda este ano, Xavier já tinha recebido um louvor, depois de ajudar a evacuar, a 20 de Janeiro, um prédio após uma explosão que destruiu dois andares do edifício, em Paris.
O beijo na boca entre pais e filhos é um tema bastante controverso, mesmo entre profissionais da área. Será que um beijo na boca é equivalente a um abraço ou a um beijo na cara? Segundo os especialistas ouvidos pelo Diário de Notícias, estão várias questões em causa. [texto original]
O pediatra Mário Cordeiro e o psicólogo de educação José Morgado têm opiniões distintas face à da psicóloga infantil Inês Afonso Marques. Mário Cordeiro afirma que “se um aperto de mão ou um beijo na face pouco definem o grau de afetos que envolvem os protagonistas (…), um beijo na boca, em qualquer parte do mundo, define uma relação de amantes”. Desta forma, este ato “é dar à criança a ideia de que o interdito (a fantasia incestuosa de poder seduzir e namorar com o progenitor do sexo oposto) é possível, é desviá-lo do caminho saudável da sua própria sexualidade”.
Na opinião do pediatra, o beijo na boca “deve ser reservado aos pais” a, apesar de ser “engraçado e in” não deve ser dado, tendo em conta os riscos da “perturbação da relação pai-filhos”. O psicólogo José Morgado concorda e crê que apesar de ser “uma questão de valores, pode criar confusões relativamente ao que são comportamentos normais de demonstração de afetos”.
Por outro lado, a psicóloga Inês Afonso Marques acredita que, atualmente, “as demonstrações de afeto são mais permitidas entre pais e filhos” e “muitas vezes são as próprias crianças que iniciam esse gesto”. Desta forma, não considera que possa “causar confusão nas crianças desde que seja falado, para que estas consigam discriminar a quem podem dar esse beijo”.
Mário Cordeiro alerta ainda para questões de saúde, “a orofaringe humana é um reservatório muito grande de bactérias e a transmissão de infeções de bactérias que vivem na boca ou na garganta, sem causar doença ao adulto, para a criança é uma realidade”.
O pediatra Mário Cordeiro não defende que as vacinas passem a ser obrigatórias por lei, mas considera que os pais que optem por não vacinar os filhos devem ser alvo de censura social. E avisa que o crescimento destes movimentos, associado ao ressurgimento do sarampo, vai provocar mais epidemias de outras doenças até aqui erradicadas. [Jornal Expresso - texto original]
Como surgiu o movimento antivacinas que está na origem do ressurgimento do sarampo um pouco por toda a Europa? Estes movimentos são o resultado natural de muita confusão entre o que é ciência e o que são factos avulsos, divulgados maldosamente ou de forma acéfala. O pediatra que "afirmou" que o sarampo causava autismo, por exemplo, foi obrigado a retratar-se relativamente ao "seu" estudo que estava mal construído e do qual tirava ilações abusivas. Acabou por se suicidar há escasso tempo por o neto ter tido uma doença grave evitável pela vacinação... Outro fator é a teoria da conspiração que acredita que as multinacionais, como querem ganhar muito dinheiro, inventam doenças para depois venderem vacinas. Sim, a tuberculose, a sífilis, a peste negra ou a lepra, que dizimaram um terço da população europeia, devem ter sido inventadas pelas multinacionais dos índios americanos da Idade Média e do Renascimento, assim como a gripe asiática ou a gripe espanhola do início do século XX. A memória das pessoas é fraca e é pena que não se recordem de todas as crianças que morreram por meningite, tuberculose, tosse convulsa, difteria, ou que ficaram incapacitadas por poliomielite ou meningite... É uma afronta aos mortos e aos que ficaram com lesões permanentes, que se tivessem, na altura, uma vacina, estariam vivos e bem vivos! Esta corrente antivacinas, veiculada nas redes sociais de forma idiota e acrítica, é sinal da arrogância dos países que acham que venceram tudo e que estão acima das doenças. Que se desenganem! A memória é, realmente, curta e mentirosa. Estes "movimentos", que depois interligam as coisas de um modo estapafúrdio e intelectualmente desonesto, como a ecologia e as vacinas, deveriam ser responsabilizados por atentados contra a saúde pública. Mais: quando as pessoas dizem que “as vacinas mexem com a imunidade” esquecem-se que é exatamente isso que se pretende, tal como as “vacinas” naturais que todas as crianças fazem diariamente, ao contactar com microrganismos dos educadores, dos pais, dos avós e dos irmãos.
O que diz aos pais que vão ao seu consultório e que não querem vacinar os filhos? Tenho de respeitar a vontade dos pais, mas chamo a atenção para o que pode acontecer se não vacinarem. E pergunto-lhes se acham que alguma vez conseguiriam voltar a dormir, caso a criança viesse a morrer de alguma destas doenças.
Assim como está a ressurgir o sarampo, que já estava erradicado em Portugal, há o risco de ressurgirem outras doenças? Sim. Outras virão. Portugal foi um dos países com mais alta taxa de cobertura das vacinas desde que o professor Arnaldo Sampaio, pai de Jorge Sampaio, iniciou, em 1965, o Plano Nacional de Vacinação (PNV). Os enfermeiros foram, nos anos 60 e 70, os pilares deste programa e assim se evitaram dezenas de milhares de mortos e de incapacitados permanentes. Mas a memória é curta e as mais de 50 crianças que morreram no final da década de 80 ou as que morreram em 1994 no último surto de sarampo ficaram para sempre no esquecimento das mentes para quem só o hoje interessa. O bem que fazem as vacinas não cabe, infelizmente, num Twitter. Mas o que mata são as doenças, não as vacinas. É bom que se diga isto alto e bom som.
Considera que as vacinas do PNV deviam ser obrigatórias por lei ou entende que os pais devem continuar a ter a liberdade de vacinar ou não os seus filhos? Não devem ser obrigatórias, nem foi preciso isso para que Portugal tivesse uma das mais altas taxas de vacinação do mundo. Quando estava na Direção-Geral da Saúde tive de estudar o assunto e verifiquei que, com isso, não havia ganhos de eficácia, pelo contrário, já que a obrigatoriedade pode gerar uma reação “do contra”, como aconteceu nos países da antiga Cortina de Ferro, onde as pessoas deixaram de vacinar assim que o regime caiu porque associavam as vacinas a uma imposição dos governos. Por outro lado, a obrigatoriedade implicaria que houvesse um apuramento de responsabilidades, que é muito complexo nestas situações. Era preciso saber, em cada caso, quem eram os responsáveis pela criança não estar vacinada: Foram os pais? Foi o patrão que não deixou o seu trabalhador sair para ir com o filho à vacina? Foi o centro de saúde que mandou para trás só porque a criança “estava constipada”? Ou foi porque houve greve de enfermeiros ou o autocarro avariou? E quem faria esse apuramento de responsabilidades?
Por outro lado, teria de haver uma penalização para quem não cumpre. Em França, durante um tempo, quem não vacinasse os filhos perdia o abono de família e concluiu-se que essa medida penalizava os mais fracos, os mais pobres e os menos informados, o que era socialmente injusto. Finalmente, muitos pais (e advogados) poderiam explorar os efeitos secundários das vacinas (dor local, febre, etc) para, como nos EUA, exigir mundos e fundos às ditas multinacionais. Por tudo isso, há cerca de 20 anos o meu parecer na DGS foi que as vacinas não deviam ser obrigatórias, mas que os pais, por verem nelas uma coisa boa, ver-se-iam na "obrigação moral" de vacinar os filhos. Tal e qual como transportar os filhos no automóvel de maneira segura, escovar os dentes, alimentá-los decentemente ou tantas outras situações. Não vacinar é expor o filho a riscos... se acontecer alguma coisa, esses pais devem responder pela sua opção.
De que forma? Não havendo uma lei, devem ser objeto da chamada “censura social”, que na Escandinávia, por exemplo, fez com que os pais que não transportavam as crianças em cadeiras fossem “olhados de esguelha” por amigos e familiares, que lhes diziam ativamente o que pensavam. Mas cá, em nome da “liberdade individual”, diz-se por detrás das costas o que não se diz pela frente, a não ser de modo hostil e malcriado. Há que desenvolver novamente uma “cultura de vacinação”, tão ágil, forte e disseminada como a “fake culture” da antivacinação. E há que desmontar peça por peça a sua argumentação cientificamente errada.
Se acontecer algo de muito mau, é bom que os pais que não vacinaram os filhos interiorizem que contribuíram para este propagar do incêndio. Porque isto é tal e qual um incêndio: alguém lança uma beata, mas quem deixou os campos com mato, quem dificultou o trabalho dos bombeiros e quem ajudou à festa é moralmente responsável.
Anselmo Borges, padre da Sociedade Missionária Portuguesa. [Jornal Expresso - texto original]
Decidiu ser padre aos 19 anos porque a morte o inquietava. Ainda pensa na finitude, mas diz que “a única porta de salvação para uma vida eterna” foi Jesus quem lha abriu. Entrou há 50 anos, ao ser ordenado pelo cardeal Cerejeira. Nunca deixou a Igreja mas arrepiou caminho e escolheu a via da crítica ativa. Professor universitário em Coimbra, lança um novo livro — “Francisco: Desafios à Igreja e ao Mundo” —, prefaciado por Artur Santos Silva e, a partir da próxima semana, vai andar pelo país a apresentá-lo, na presença de pessoas tão diferentes como Ramalho Eanes, Frederico Lourenço, Pedro Mexia, Pedro Rangel, Maria de Belém, Carlos Fiolhais ou Isabel Allegro de Magalhães.
No seu livro levanta questões mais comuns ao discurso de não católicos. Ainda se revê na Igreja? Pertenço por convicção à Igreja Católica e procurei ser leal, mas há duas questões fundamentais. A primeira é que Deus é amor. A outra tentativa de definir Deus surge no Evangelho segundo São João: no princípio era o logos, a razão, e Deus é razão. Para mim, se Deus é razão, devemos estar na Igreja com dimensão crítica. E se a fé não deriva da razão, à maneira das ciências matemáticas, para ser humana, não a pode contradizer.
O livro é um alerta para situações com as quais não concorda? Exatamente. Há uma crítica para dentro da Igreja, seguindo alertas que vêm do Papa Francisco. Porque este Papa é cristão no sentido mais radical, não é apenas batizado, ele segue Jesus. E quando olhamos para a Igreja, nem sempre vemos um verdadeiro discipulado de Jesus. Assistimos a uma hierarquia que frequentemente vive na ostentação, que não se bate pelos direitos humanos, que têm de ser praticados dentro da Igreja. Depois do Concílio Vaticano II, a primavera da Igreja, veio o inverno, que teve uma expressão dramática na condenação de teólogos.
Francisco trouxe uma nova primavera? As pessoas gostam dele, ele faz o que Jesus fazia, é amor.
Mas basta? Jesus provocou ruturas. E o Papa Francisco? Jesus opôs-se à religião estabelecida, foi crucificado por ter sido condenado, em primeiro lugar, pela religião oficial. Foi condenado como blasfemo e subversivo. E o Papa Francisco, se não tivesse operado ruturas, não tinha tanta oposição de alguns cardeais.
A oposição existe em Portugal? O que mais noto aqui é que o Papa Francisco não está vivo e operante, em primeiro lugar, na hierarquia católica. Diria até que há mais simpatia para com ele fora da Igreja.
No livro diz que a Igreja portuguesa parece paralisada. O que Francisco pode provocar em Fátima? Fátima é um caso muito especial de religiosidade. A Igreja oficial tenta enquadrar Fátima, mas as pessoas vão lá com uma devoção particular.
A mãe de Jesus surgiu em Fátima? Posso ser um bom católico e não acreditar em Fátima porque não é um dogma. Não me repugna, contudo, que as crianças, os chamados três pastorinhos, tenham tido uma experiência religiosa, mas à maneira das crianças e dentro dos esquemas religiosos da altura. É preciso também distinguir aparições de visões. É evidente que Nossa Senhora não apareceu em Fátima. Uma aparição é algo objetivo. Uma experiência religiosa interior é outra realidade, é uma visão, o que não significa necessariamente um delírio, mas é subjetivo. É preciso fazer esta distinção. E por isso digo que é necessário evangelizar Fátima, ou seja, trazer uma notícia boa. Porque mesmo para aquelas crianças, aquela não foi uma notícia boa: que mãe mostraria o inferno a uma criança?
Que boa notícia seria essa? Já não se veem pessoas a arrastarem-se e a sangrarem.
Não foram os portugueses que se modernizaram? Sim, felizmente.
Porque é que o Papa vem a Fátima? Em primeiro lugar, porque é profundamente devoto de Maria. Sabe porque há tanta devoção a Maria na Igreja? Porque a presença feminina é muito reduzida. As mulheres têm de gostar de Jesus — mesmo que se deem mal com a Igreja oficial e têm razões para isso — porque ele teve mulheres como discípulas e foi uma figura central da emancipação feminina, embora a Igreja seja completamente masculina — Pai, Filho e Espírito Santo — e uma menina faça a socialização religiosa sempre no masculino.
O que dirá o Papa em Fátima? Estou convicto de que fará um discurso de dimensão mundial, um grande apelo à paz. Deverá apelar ao diálogo inter-religioso e a que católicos pratiquem o Evangelho.
Ficará triste com o comércio? Qualquer pessoa fica. São, outra vez, os vendilhões do templo, o pior da religião.
Voltando às mulheres e às ruturas: até onde o Papa poderá ir? O Papa criou um grupo para estudar a possibilidade de as mulheres serem diaconisas, o que causou um grande abalo. Ele herdou uma Igreja profundamente hierarquizada e tem de pisar o terreno com cuidado, o que tem feito com coragem. É jesuíta e sabe o que significa o poder e a eficácia. Não pode causar um cisma.
O que será mais fácil: ordenar mulheres ou homens casados? Homens casados porque a Igreja é misógina! É a última instituição, verdadeiramente global, que é machista. É também a última monarquia absoluta. Acredito que ainda veremos o Papa Francisco ordenar homens casados, mas também terá de resolver o problema da participação dos leigos e o problema das mulheres. O celibato é uma questão de bom senso, temos de ser pragmáticos. Não há padres suficientes e há leigos, casados, que, ordenados, exerceriam um excelente papel como coordenadores das comunidades cristãs. No primeiro milénio da Igreja não havia celibato. Aquilo que hoje constitui escândalo não o é, se olharmos a origem.
Qual é a sexualidade dos padres? Podem ser homossexuais? A Igreja não pode impor como lei aquilo que Jesus entregou à liberdade e, por isso, sou partidário do fim ao celibato obrigatório. À frente das comunidades é possível ter leigos, que podem ficar durante um período limitado. Não se percebe porque um bispo, mesmo que incompetente, fique para sempre. Alguns vão sempre optar pelo celibato, serão os coordenadores dos coordenadores. Mas serão muito poucos. É preciso acabar com as vidas duplas.
E a sexualidade dos padres? Está estudado, se há na população cerca de 8% de homossexuais, na Igreja deverá ser um pouco mais porque muitos entraram no contexto de repressão da sexualidade, para tentarem resolver um problema, mas não vejo razão para serem excluídos. E se assumiram o compromisso da castidade, devem segui-lo como os outros.
O Papa Francisco trouxe mais transparência? Já não é possível esconder a realidade e o Papa chama as coisas pelos nomes. O Evangelho diz que a verdade libertar-nos-á.
Já foi chamado à atenção pela hierarquia por defender estas posições? Já tive problemas, hoje não.
Desistiram de si? Não gostavam do que eu dizia, mas eu também não gosto do que dizem.
Poderia ter tido uma carreira diferente? Não foi bispo. Nunca quis, aliás, se quisesse, não podia ser livre, e esse é o problema a que o Papa tanto se opõe, o carreirismo. O único pecado que tenho é o de não ser suficientemente cristão, talvez não dê suficiente atenção às pessoas. O resto, pensar de maneira diferente? Ainda bem. Na Igreja tem de haver liberdade de pensar e interpretar.
O que sentiria se uma mulher lhe desse a eucaristia? Comunguei das mãos de uma pastora anglicana em Londres. Não me causou inquietação.
Já deu a eucaristia a divorciados? Mais do que isso. Um homem, uma figura pública que eu não conhecia, convidou-me para jantar e disse que iria casar-se no dia seguinte e queria que eu lhe abençoasse as alianças, porque não podia casar pela Igreja. Fui ao casamento, estive lá com eles.
Qual foi a primeira vez em que foi ao Vaticano? Em 1967, havia ainda a ebulição do Vaticano II. Sou filho desta primavera.
O que sentiu? Era muito jovem e senti um grande esplendor, mas também achei excessivo. Mas o que na Igreja sempre me preocupou mais foi a falta de liberdade para pensar.
Dois pesos e duas medidas de Espanha, ao exigir ao Reino Unido aquilo que é deste, Gibraltar, segundo o Tratado de Utrecht em 1713 e ao ignorar o Congresso de Viena de 1815, onde Espanha reconheceu a soberania portuguesa de Olivença, comprometendo-se à retrocessão do território o mais prontamente possível... Até aos dias de hoje isso não aconteceu! Espanha: Quando devolvam Olivença (750 km2), hablamos de Gibraltar (6.5 km²), ok?